Gestão

Básico e óbvio

de Marcos Nascimento em 11 de maio de 2016

ESTRATÉGIA | Edição 342

Falar sobre propósito não é algo novo, e aplicar esse conceito genuinamente na empresa traz resultados melhores

Marcos Nascimento / Crédito: Divulgação
Marcos Nasimento é partner na Manstrategy Consulting / Crédito: Divulgação

A palavra “propósito” tem um significado forte. Ela vem do latim propositum e significa “a intenção de fazer ou deixar de fazer algo”. Mas existem outras aplicações como “conveniência”, “prudência”, “por motivo de” etc. Interessante que no mundo corporativo essa palavra tenha sido conectada a questões mais voltadas para aspectos reflexivos da mente humana e seu coletivo dentro da empresa, também conhecido como cultura organizacional. É bastante comum escutarmos provocações que nos remetem a pensar sobre o tal “propósito da empresa”.

Aliás, algumas nos fazem pensar em possíveis empresas cujos funcionários estão felizes, com grande energia e entusiasmo e, além de tudo, falam o mesmo “idioma” corporativo. Uma empresa onde as pessoas sabem quais são, praticam e utilizam seus valores em todas as decisões que tomam. Empresas que têm um ambiente que permita a existência de um motivo para se fazer algo, que é comum a todos. Ou seja, onde as pessoas estão alinhadas com a mesma intenção do que fazer e do que não fazer para lograr um objetivo estratégico.

Joel Kurtzman, um economista e brilhante editor e autor, escreveu, em Propósito comum – como grandes líderes levam organizações a atingir o extraordinário (tradução livre), que propósito comum é algo que se cria dentro de uma instituição e que está intimamente ligado à capacidade que líderes têm de estabelecer um senso de propriedade, de protagonismo colaborativo, de generosidade, de humildade sem subserviência, que geram um movimento tão eficiente que a estratégia, os objetivos e os resultados financeiros são alcançados de forma contundente, porém limpa e honesta, com significado para todos os envolvidos.

O conceito não é novo, é até básico e óbvio. Mas o que tenho visto é que quando essas dimensões são aplicadas de forma autêntica e consistente, trazem sucesso para as organizações. E isso passa, invariavelmente, pela intensa e verdadeira priorização das pessoas, dos valores explicitados e vividos, e da marca. Um momento sublime em que as pessoas de uma organização passam a ter claro entendimento sobre o impacto de suas decisões na imagem da organização e na forma como convivem.

O propósito comum acontece quando líderes trazem um grupo de pessoas desconectadas para um ambiente criativo, dinâmico e corajoso, onde há muito pouco “eu”, quase nada de “eles” e muito, mas muito, de “nós”! “Nós” no sentido de “nós faremos o que é certo para o coletivo”, “nós triunfaremos e, caso não tenhamos sucesso, arcaremos com as consequências do risco e da falha”. Piegas? Simples demais? Você decide! O que sei é que tenho presenciado a prática do que Kurtzman experimentou: o propósito comum é possível, traz resultados sustentáveis e apoia a realização do objetivo estratégico. Qual sua “intenção” de fazer o que você tem feito? Se isso é claro e compartilhado junto aos que o rodeiam, essas pessoas estarão “contigo”. Nesse momento, você tem um propósito comum! Colha, então, os belíssimos resultados disso!

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