Blended reforçado

de em 14 de novembro de 2012

A utilização de métodos mistos de treinamento (blended learning) deve crescer nos próximos anos, segundo pesquisa realizada pelo Lab SSJ para levantar as principais tendências da educação corporativa nos próximos dois anos. Segundo Danielle Torres, diretora de consultoria da organização e coordenadora do estudo, 82% dos respondentes acreditam que há necessidade de atualizar ou revisar os seus programas, ao passo que 66% das empresas que ainda não possuem um projeto de aprendizagem planejam desenvolver tal estrutura até 2014 e 37% responderam que dariam prioridade a um programa de formação de líderes de primeira gestão. “Temos visto na prática que começa a surgir uma necessidade muito forte de formar essa liderança, ou seja, prepará-la para funções básicas, como recrutar, selecionar, fazer uma demissão, conhecer o modelo de avaliação da empresa, saber dar feedback, enfim, são situações bem simples, mas que são uma necessidade muito específica das empresas”, justifica. Ainda de acordo com o estudo, quase um terço dos respondentes (29%) informou que vai investir em programas com métodos mistos. “Temos adotado nesse formato blended alguns jogos nos treinamentos presenciais, de modo que conseguimos criar alguns games simples com pontuação, progresso e desafios para as turmas que estão efetivamente juntas”, relata.

Bárbara Olivier, gerente de tecnologia para aprendizagem do Lab SSJ, afirma que adotar jogos para a capacitação é fundamental para que a pessoa mergulhe na experiência. “É perceptível que as pessoas compram essa proposta de treinamento, pois trabalhar com o lúdico, conceitos de progresso e desafios devem estar voltados para a realidade do trabalhador e associados aos indicadores organizacionais”, detalha.Para Daniel Orlean, sócio-diretor da Affero, a educação corporativa evoluiu em relação aos métodos utilizados para formação e capacitação de pessoas e o ensino a distância é mais um dos vários formatos que podem ser usados no que ele chama de transmídia. “É tomar diversos pontos de contato e interação com o público-alvo e transformá-los em uma experiência de aprendizagem”, explica.

O executivo afirma que outra tendência bastante forte baseada no aprendizado de muitos para muitos é a adoção dos ambientes colaborativos. “É uma forma de compartilhar conhecimentos, trocar ideias, ajudar uns aos outros a resolver problemas. Há vários casos de empresas que utilizam essa abordagem para desenvolvimento de pessoas”, exemplifica. Orlean comenta que, com o forte crescimento no mercado de aparelhos móveis, como smartphones e tablets, há certo equívoco das empresas ao adotarem essas ferramentas para o treinamento de pessoas. “O mobile learning deve ser pensado para aproveitar o fato de o colaborador estar com equipamentos como celular ou tablet e usar essa plataforma para complementar ou mudar a experiência de aprendizagem e não simplesmente transportar o conteúdo dos programas a distância para esses dispositivos”, adverte.

Um leque extenso de cursos
A UniAlgar, universidade corporativa do Grupo Algar, que atua nos segmentos de telecomunicações, tecnologia da informação, agronegócio, serviços e turismo, desde que foi criada, em 1998, adotou a educação a distância como modalidade de aprendizagem para facilitar aos associados (como são chamados os colaboradores) o acesso ao conhecimento e ao aprendizado, uma vez que trabalham em diversos estados, além da diversidade dos negócios. Segundo Elizabeth Amaral, diretora superintendente da UniAlgar, atualmente são oferecidos mais de 180 cursos a distância em que participam tanto os associados executivos quanto gerentes, analistas, estagiários, trainees e parceiros. “Todos os programas ofertados são estruturados conforme a necessidade dos talentos e das estratégias de crescimento e expansão das nossas empresas. Dessa forma, a educação a distância é vista como uma forma de desenvolver cada vez mais as pessoas para, assim, tornarem a organização muito mais arrojada e competitiva”, esclarece.

Ela conta que a unidade de agronegócio do grupo recebeu, recentemente, um programa denominado Safra de Conhecimentos, direcionado para os associados da Algar Agro nas regiões Norte e Nordeste.

Depois de analisar o perfil dos associados, o grau de inclusão digital deles e as condições de acesso à internet nessas regiões, a UniAlgar optou pela educação a distância baseada em Computer Based Training. Dessa forma, o conteúdo a ser estudado foi disponibilizado em videoaulas, utilizando mídia DVD e apostilas impressas com leituras complementares, exercícios de fixação e testes de conhecimento que, depois de preenchidos pelos alunos, são entregues às áreas de Talentos Humanos das unidades.

Educação formal
E não apenas as empresas têm adotado a EAD. As escolas de educação formal também começam a se render a essa tecnologia e já existem cursos de graduação quase 100% nesse modelo, caso do curso de Administração de Empresas da Associação Internacional de Educação Continuada (AIEC), sediada em Brasília (DF). Na opinião de Ruth Alves Franklin Almeida, diretora de graduação da instituição, dificuldades de transporte, estacionamento e segurança começam a levar as pessoas a estudarem em casa. “Também há situações em que algumas só podem fazer um curso superior se for a distância. Por exemplo, temos alunos que trabalham em plataformas de petróleo da Petrobras e ficam 15 dias em alto-mar e 15 dias em terra, de modo que eles organizam seus horários para executar os trabalhos da escola”, exemplifica.

Melhor - Gestão de pessoas

 

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