Gestão

Campeãs em qualidade de vida

de Redação em 28 de abril de 2015

Viena possui a melhor qualidade de vida do mundo, de acordo com a classificação de Qualidade de Vida 2015 da consultoria Mercer. No geral, as cidades europeias dominam o topo do ranking, juntamente com as principais cidades da Austrália e Nova Zelândia. Zurique, Auckland e Munique estão em segundo, terceiro e quarto lugares respectivamente. Em quinto lugar, Vancouver é a cidade mais alta no ranking na América do Norte e a única cidade da região entre as 10 primeiras. Cingapura (26) é a cidade asiática mais bem colocada, enquanto que Dubai (74) é a primeira no Oriente Médio e África. Montevidéu, no Uruguai (78), é a melhor da América do Sul.

A Mercer conduz a pesquisa de Qualidade de Vida anualmente para auxiliar empresas multinacionais e outras organizações a remunerar de maneira justa seus funcionários em transferências internacionais. Os incentivos incluem subsídio de qualidade de vida e um prêmio de mobilidade. Os Relatórios de Qualidade de Vida da Mercer fornecem informação valiosa e recomendações de hardship para mais de 440 cidades em todo o mundo; o ranking cobre 230 dessas cidades.

“Passar por uma transferência de curto ou longo prazo em um novo país é tanto uma experiência excitante como desafiadora para os empregados e suas famílias”, comentou Slagin Parakatil, diretor da Mercer. Culturas, sociedades e climas comparativamente diferentes, assim como instabilidade política, altos índices de criminalidade e pobre infraestrutura podem dificultar a adaptação dos empregados e suas famílias. As empresas precisam avaliar se seus empregados e famílias sofrerão qualquer queda em qualidade de vida na transferência e assegurar que sejam compensados de forma justa por isso.

O Sr. Parakatil acrescentou: “Assim como aconteceu com a pesquisa do ano passado, continuamos a reconhecer as cidades emergentes que estão cada vez mais se tornando concorrentes dos centros comerciais e financeiros tradicionais. Essas cidades conhecidas como ‘cidades emergentes de segunda linha’ estão investindo, particularmente, em infraestrutura para melhorar seus padrões de qualidade de vida e, finalmente, atrair mais empresas estrangeiras.”

 

Europa

Apesar das preocupações com o crescimento econômico, as cidades da Europa Ocidental continuam a oferecer um ambiente estável para empregados e empregadores. Viena (1) é seguida por Zurique (2), Munique (4), Dusseldorf (6) e Frankfurt (7). Com Genebra e Copenhague em 8º e 9º lugares, respectivamente, as cidades da Europa Ocidental ocupam sete lugares dentre as 10 primeiras. As cidades da Europa Ocidental com pior colocação no ranking são Belfast (63) e Atenas (85). As cidades da Europa Central e Oriental têm uma variedade maior de padrões de qualidade de vida. As cidades mais bem colocadas são Praga (68), Budapeste e Ljubljana (ambas em 75º). A cidade emergente Wroclaw (100), na Polônia, tem um próspero ambiente cultural e social e boa disponibilidade de bens de consumo. As cidades com pior classificação na região são Kiev (176), Tirana (180) e Minsk (189), com Kiev passando por uma queda considerável nos rankings devido à instabilidade política e violência na Ucrânia em geral.

No Reino Unido, Londres (40) é a cidade mais bem colocada, seguida por Birmingham (52), Glasgow (55), Aberdeen (57) e Belfast (63). “No geral, as cidades do Reino Unido desfrutam de altos padrões de qualidade de vida e continuam a ser locais estáveis e atraentes para as empresas”, disse Ellyn Karetnick, diretora da Mercer. “A segurança foi reforçada em várias grandes cidades europeias devido aos ataques terroristas em Paris e Copenhague, e a Mercer está monitorando de perto qualquer potencial impacto sobre o padrão de vida dos expatriados e suas famílias nesses locais.”

 

Américas

Na América do Norte, Canadá e Estados Unidos continuam a oferecer um alto padrão de vida. Vancouver (5) lidera a lista para essa região, seguida pelas cidades canadenses Toronto (15) e Ottawa (16), enquanto que São Francisco (27), Boston (34) e Honolulu (36) são as cidades americanas com melhor colocação. A cidade mexicana mais bem pontuada é Monterrey (109), enquanto que a Cidade do México está na 126ª posição. As cidades com piores colocações na região Américas são Havana (193) e Porto Príncipe (228).

Na América do Sul, Montevidéu (78), Buenos Aires (91) e Santiago (93) são as cidades mais bem classificadas, enquanto que La Paz (156) e Caracas (179) são as piores. No Brasil, a melhor pontuação é de Brasília (107). A Mercer identificou Manaus como uma cidade emergente – classificada em 127º lugar. A cidade já é um próspero centro industrial e tem uma zona de comércio livre – sua boa oferta de bens de consumo e infraestrutura relativamente avançada neutralizam parcialmente o impacto da falta de opções de escolas internacionais para expatriados e sua localização remota.

 

A capital uruguaia lidera o ranking na América do Sul (Crédito: Getty Images)

 

Considerações sobre o Brasil

“No Brasil, neste ano, a cidade de São Paulo permaneceu na mesma posição ocupada na última pesquisa (120) mesmo com melhora na avaliação do quesito educação. Esta avaliação está relacionada à ampla variedade de escolas disponíveis na cidade: americana, inglesa, alemã, italiana, francesa, etc. A melhora neste item é relevante, pois muitas vezes é fator crucial para um profissional aceitar a proposta de expatriação. Por outro lado, estamos acompanhando o tema sobre racionamento de água em São Paulo para considerá-lo nas análises de 2015”, diz Karla Costa, consultora de Remuneração e Global Mobility da Mercer Brasil.

Já a cidade do Rio de Janeiro caiu duas posições no ranking (119). Ainda de acordo com Karla, “Dentre os elementos que influenciaram essa queda, podemos citar a redução na avaliação do fator de serviços públicos e transporte: mesmo com os investimentos realizados pelo governo para a Copa do Mundo de 2014, as avenidas e estradas continuam apresentando elevados índices de congestionamento. Este fato também é verificado nas estações de metrô, que apresentam lotação máxima e condições muitas vezes inseguras para visitantes”.

“As cidades de Brasília e Manaus também caíram duas posições no ranking, mas este fato se deve à melhoria de outras cidades do ranking, já que ambas mantiveram as mesmas avaliações do ano anterior”, conclui a consultora.

 

A capital federal é a cidade melhor colocada no ranking do Brail. (Crédito: Getty Images)

 

Ásia-Pacífico

A Ásia é a região com a maior variedade de padrões de qualidade de vida, com Cingapura ocupando o lugar mais alto no ranking, em 25º, e Dushanbe, no Tadjiquistão, o mais baixo, em 214º lugar. No topo do ranking entre as cidades do leste da Ásia está Tóquio em 44º lugar; outras cidades-chave nesta parte da região incluem Hong Kong (70), Seul (72), Taipei (83), Xangai (101) e Pequim (118). Cidades emergentes notáveis nessa parte da Ásia incluem Cheonan (98), na Coreia do Sul, e Taichung (99), em Taiwan. As cidades chinesas Xi’an e Chongqing (ambas classificadas em 142º lugar) também estão emergindo como destinos de negócios. Seus principais desafios para a melhoria dos padrões de qualidade de vida são fornecimento de água limpa e poluição do ar. Contudo, os avanços nos setores de telecomunicações e consumo tiveram alguns efeitos compensatórios positivos sobre a sua classificação.

Atrás de Cingapura, a segunda cidade de melhor colocação no sudeste da Ásia é Kuala Lumpur (84); outras cidades importantes aqui incluem Bangcoc (117), Manila (136), e Jacarta (140). No sul da Ásia, Colombo (132) ocupa a posição mais alta e é seguida pelas cidades indianas emergentes Hyderabad (138) e Pune (145). Ambas ocupam posição mais alta em qualidade de vida do que Mumbai (152) e Nova Deli (154), os centros comerciais mais tradicionais do país. Aumentos populacionais consideráveis em Mumbai e Nova Deli nas últimas décadas aumentaram os problemas existentes, incluindo acesso à água limpa, poluição do ar e congestionamento do trânsito.

No Pacífico, a Nova Zelândia e cidades australianas são algumas das cidades mais bem classificadas globalmente, com Auckland em 3º, Sydney em 10º, Wellington em 12º e Melbourne em 16º lugar.

 

Oriente Médio e África

Em 74º lugar, Dubai está em primeiro lugar em qualidade de vida em toda a região do Oriente Médio e África. Seguida por Abu Dhabi (77), também nos Emirados Árabes Unidos, e Port Louis (82), na Maurícia. Na África do Sul, Durban (85) é uma cidade emergente e se classificou melhor do que a Cidade do Cabo (91) e Johanesburgo (94), os centros comerciais mais tradicionais do país. A classificação melhor de Durban se deve principalmente às moradias de alta qualidade, várias ofertas recreativas e boa disponibilidade de bens de consumo. Contudo, os problemas de criminalidade a impedem de estar entre as 50 melhores.

Classificada em 230º, Bagdá é a pior cidade do ranking na região e na lista em geral.

 

 

Expatriados em locais difíceis: Determinação de subsídios e incentivos adequados 

As empresas precisam ser capazes de determinar os pacotes de remuneração de seus expatriados de forma racional, consistente e sistemática. Fornecer incentivos para recompensar e reconhecer os esforços que os empregados e suas famílias fazem quando transferidos internacionalmente permanece como uma prática típica, principalmente para locais difíceis.

Dois incentivos comuns incluem um subsídio de qualidade de vida e um prêmio de mobilidade:

Um subsídio de qualidade de vida ou hardship compensa a diminuição de qualidade de vida entre os locais de origem e destino.

Um prêmio de mobilidade simplesmente compensa a inconveniência de ser desenraizado e ter de trabalhar em outro país.

Um subsídio de qualidade de vida geralmente está relacionado com a localização, enquanto que um prêmio de mobilidade normalmente independe do local de destino. Algumas empresas multinacionais combinam esses prêmios, mas a grande maioria os fornece separadamente.

 

 

 

 Cálculo do índice  

A Mercer avalia as condições de vida local em mais de 440 cidades pesquisadas em todo o mundo.

As condições de vida são analisadas de acordo com 39 fatores, agrupados em 10 categorias: Ambiente político e social, Ambiente econômico, Ambiente sociocultural, Considerações médicas e de saúde, Escolas e educação, Serviços e transporte público, Recreação, Bens de consumo, Moradia, Ambiente natural

Os pontos atribuídos a cada um dos fatores permitem comparações objetivas de cidade a cidade. O resultado é um índice de qualidade de vida que compara diferenças relativas entre dois locais avaliados.

 

 

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