Gestão

Controle em um ambiente sem ele

de Dorival Donadão em 28 de abril de 2015
Dorival Donadão / Crédito: Divulgação
Dorival Donadão é consultor em gestão e desenvolvimento humano / Crédito: Divulgação

Um grupo de profissionais de alta competência vem desenhando, voluntariamente, a grade de temas e palestras para o próximo Congresso Nacional de Recursos Humanos, o CONARH. Não é tarefa simples. É muita responsabilidade atrair e manter a atenção de mais de três mil congressistas, dos mais diferentes setores de atividade e regiões brasileiras. Com o agravante de estarmos “surfando” as ondas mais desafiadoras já vividas pelo Brasil, nos planos social, econômico e político.

Desnecessário lembrar que, até agosto deste ano, quando acontecerá nosso congresso, o acirramento dos movimentos populares e os impactos da crise ética e econômica são imprevisíveis.

Em sintonia com esse contexto, o tema-âncora do CONARH 2015 será A arte da gestão de pessoas – desafios, incertezas e complexidades. É fundamental recorrer à sensibilidade e inspiração da arte para encontrar caminhos alternativos ao que estamos chamando de “movimento Brasil”. Um momento de inquietação, onde prevalecem as perguntas às respostas.

Vem daí o sentido do título: como ter autocontrole em um ambiente sem controle? Há uma contribuição de resposta na revista Época Negócios, edição de março, com uma matéria da qual participam 16 presidentes de empresas de diversos setores. São oito duplas, compondo entrevistadores e entrevistados, e todos acabam por encaixar algumas questões sobre o contexto de dificuldades do Brasil.

A boa notícia é que a unanimidade dos entrevistados demonstra um forte autocontrole, a partir de uma crítica ao momento e aos governantes, mas com um olhar projetivo. Nessa projeção (quase sempre para 2017 em diante) o Brasil volta a ter espaço de crescimento e de empreendedorismo, com oportunidade de recuperação e ânimos revigorados de negócios.

Do ponto de vista da grande população, são visíveis a ansiedade e a pressão pela mudança. O momento é de transição para uma nova ordem econômica e social, um novo espírito de participação e cidadania. Um novo Brasil.

Como ter autocontrole em ambientes descontrolados como o atual? Os dirigentes de empresas entrevistados dão a pista: vá além na análise dos cenários imediatos, construa uma visão ampliada e consistente, que não ceda ao impulso derrotista. Não é otimismo ingênuo, é o autocontrole usado a favor de uma percepção positiva da realidade.

Estamos todos, Brasil e brasileiros, precisando cultivar esse espírito, independentemente das mazelas e dos descontroles de nossos governantes de plantão. Nós, profissionais de Recursos Humanos, temos um papel relevante nessa dinâmica: o resgate da confiança. Confiança de que somos capazes de virar o jogo e, cada um dentro das suas circunstâncias, assumir atitudes de um protagonismo cidadão, expressando opiniões críticas e gerando alternativas e caminhos. Afinal, como dizia Winston Churchill, “a atitude é uma pequena coisa, que faz uma grande diferença”.

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