CONARH

Demasiadamente complexo

de Vicente Picarelli Filho em 25 de agosto de 2015
Vicente Picarelli Filho é diretor da Picarelli Consultoria Empresarial e integrante do comitê de criação do CONARH 2015

Quando pensamos em líderes e em como eles podem virar o jogo a favor da empresa, imaginamos uma pessoa que, além do domínio técnico do negócio, tem a habilidade de conduzir temas polêmicos e não cartesianos. Quanto mais avançamos neste mundo globalizado, mais percebemos a convergência de temas abrangentes, que ganham, cada vez mais, contornos de complexidade e incerteza.

Nosso desafio na área de RH é desdobrar esse imenso quadro e buscar reorganizá-lo em uma sequência possível de ser trabalhada até que estejamos prontos e preparados para lidar com tamanha grandeza de possibilidades.

Os executivos precisam ser incentivados a buscar incessantemente o equilíbrio possível e sintonizar seus pensamentos e ações com as novas responsabilidades, os grandes desafios, a escassez de recursos, a melhoria dos resultados, os estilos de liderança em crise e os conceitos… e mais conceitos…

Os sinais do mundo corporativo soam difusos e o profissional se sente uma página com pouco espaço para tantos textos. Esse é o momento de desacelerar e repensar a si próprio. O que priorizar? O que valorizar? Como usar o estresse de maneira criativa? Nem sempre as respostas estão disponíveis.

É preciso que a área de RH conte com um profissional experiente e competente, que ajude a reorganizar as perspectivas de vida dos executivos da empresa e faça a sintonia fina entre o potencial pessoal que desponta e os desafios profissionais que se aceleram.

Desde o surgimento do capitalismo industrial, as empresas definiram suas estratégias de crescimento em uma dimensão exclusivamente baseada em quantidades, tendo como principais medidores do seu sucesso os números de produtividade, lucratividade, custos, volume de vendas, entre outros. Esse conceito foi sendo reforçado por estudos e pesquisas que buscaram sempre o aumento da eficiência.

Nos anos 1980, com o início do processo de globalização, mais uma dimensão foi adicionada a essa quantidade já existente, a dimensão da qualidade. Já não bastava volume e preço para se posicionar no mercado, era preciso também que houvesse qualidade.

O papel do cliente como decisor-chave dos processos de compras, o ambiente como viabilizador da vida, a importância das partes interessadas que compõem o ecossistema de um empreendimento (stakeholders), as redes sociais e o acesso livre ao conhecimento trouxeram mais complexidade e incertezas ao nosso relacionamento com a sociedade e com o mundo.

Hoje, com um grau relativo de liberdade, podemos verificar facilmente que as pessoas não pensam do mesmo modo e, portanto, entendem os acontecimentos ao seu redor de maneira diferente. Tanto a formação como o seu viés ocorrem de forma particular ou por combinação de temas vivenciados pelos indivíduos, tais como: ambiente cultural, local de nascimento, família, religião, educação, interação com amigos, sociedade, abrangência de conhecimento e a percepção de si no mundo.

Quando falamos de complexidade e suas incertezas, não estamos falando apenas do aumento da sofisticação na área de tecnologia, estamos falando dos comportamentos influenciados pelo mundo de hoje.

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