O que querem os jovens

de Redação em 23 de janeiro de 2017

Muitos desses jovens sentem-se frustrados e perdidos em relação às suas carreiras

André-Freire-textoÉ para essa questão que muitas organizações buscam resposta. Compreender como se comportam os mais jovens é ponto crucial na agenda corporativa. É preciso entender como a chamada geração Y, que está adentrando no mercado de trabalho, essencialmente é. Ela claramente pensa e age de forma muito diferente das gerações anteriores. Os baby-boomers, tendo passado por diversas adversidades, trabalharam duro para prover o melhor para seus filhos da geração X, que se prepararam como nunca e navegaram em décadas de prosperidade econômica, alcançando maior sucesso profissional do que o esperado, consequentemente maior felicidade em relação a sua vida e carreira. Podemos dizer que, em sua maioria, a geração X está se saindo melhor do que o esperado pelos seus pais. Hoje, essa geração já ocupa maior parte dos cargos de C-level e diretoria das empresas.

E muito rapidamente chegamos a um novo ciclo. A nova geração de jovens cheios de expectativas em relação à turma anterior, vivendo na sombra do sucesso profissional dos seus antecessores e se comparando com amigos que nas redes sociais parecem ser todos ricos e bem-sucedidos; exatamente quando o mundo passou a andar de lado. A globalização levou crises antes restritas geograficamente a se espalharem como vírus, tornando a já árdua missão de entrar no mercado de trabalho um desafio ainda maior. Muitos desses jovens sentem-se frustrados e perdidos em relação às suas carreiras, muitas vezes, descontentes com as ofertas tradicionais de um crescimento estável e previsível.

Os jovens não se contentam com pouco. Eles acreditam que estão mais preparados do que estão de fato, querem crescimento e diversidade na carreira, se preocupam mais com propósito do que com dinheiro, não se apegam às empresas, e estão constantemente descontentes. As empresas, por sua vez, ainda são lideradas pela geração que deu certo e que não entende a razão de tanta ansiedade por um crescimento acelerado, ainda que sem conteúdo.

O ponto é que as novas gerações em breve serão a maioria nas empresas, ou seja, organizações que hoje pensam na melhor forma de engajar os jovens certamente terão maior chance de sobrevivência futura. E é muito mais inteligente investir na adaptação às novas demandas do que impor suas culturas e estratégias de gestão atuais como a norma.
Mas o que fazer? A primeira dica é aprender a ouvir e comunicar-se mais e melhor, lembrando que os canais, o formato e a velocidade da comunicação dos jovens executivos são muito diferentes dos usados tradicionalmente. A mentoria ou pautas de discussão entre os jovens e os executivos seniores também é uma ótima oportunidade para alinhamento em relação à carreira e expectativas. Coaching de carreira pode ajudar no entendimento de competências-chaves e mitigação de gaps. Por fim, a constante troca entre o jovem e seu gestor direto pode evitar diversos mal-entendidos. Quer entender como pensam e o que desejam esses jovens? Aproxime-se deles, vai notar que muitos somente estão confusos em relação ao futuro, da mesma forma que você esteve quando começou.

* André Freire é sócio-diretor da EXEC

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